ricardo napoleão

Criar personagens é, para mim, como invocar presenças. Cada figura nasce de uma inquietação, de um gesto, de uma pergunta sem resposta. São tipos que se revelam aos poucos, ganham voz, corpo, segredos — e passam a habitar tanto as páginas quanto os palcos.

 

Tenho profundo interesse na construção de personagens que não se explicam facilmente, que desafiam o olhar do leitor e do espectador. Figuras que carregam tensões internas, desejos contraditórios, silêncios carregados de sentido. Meu processo criativo envolve investigar essas complexidades e permitir que cada personagem dialogue com o contexto, com a história e, principalmente, com o público.

 

Trabalho constantemente para renovar essas figuras. Elas surgem, retornam, se reinventam. Às vezes, escapam de uma narrativa e se instalam em outra. O mesmo personagem pode viver no papel de um vilão silencioso em um conto e depois se transformar em um herói trágico nos palcos. Essa mobilidade é parte do jogo criativo — e também do prazer de narrar.

 

Nesta página, compartilho algumas dessas criações. São personagens que nasceram de palavras, movimentos e silêncios, e que continuam a crescer em cada nova encenação, cada novo capítulo, cada novo mistério.